As bolas de sabão que esta criança…
As bolas de sabão que esta criança
Se entretém a largar de uma palhinha
São translucidamente uma filosofia toda.
Claras, inúteis e passageiras como a Natureza,
Amigas dos olhos como as cousas,
São aquilo que são
Com uma precisão redondinha e aérea,
E ninguém, nem mesmo a criança que as deixa,
Pretende que elas são mais do que parecem ser.
Algumas mal se vêem no ar lúcido.
São como a brisa que passa e mal toca nas flores
E que só sabemos que passa
Porque qualquer cousa se aligeira em nós
E aceita tudo mais nitidamente.
Fernando Pessoa
Bjinhos
Ana Gonçalves
2 Comments:
At 10/1/07 23:16,
Anónimo said…
Ana,
um poema é sempre uma lufada de ar fresco, seja onde for. No nosso blog também. Ou, como diz o poema, "São como a brisa que passa e mal toca nas flores".
Obrigado.
At 11/1/07 20:30,
Anónimo said…
Muito bonito o poema e o mais engraçado é que no meu primeiro dia de estágio,a auxiliar fez esta actividade com eles.Foi fantástico!!!beijinhos para todos.
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