"Menino da minha escola"

A boina descolorida,
Os pés descalços, quase nu,
A camisa a desfiar-se
E as calças rotas no cú.
Leva dentro da sacola
Uma lousa, dois ponteiros
E três livros já marcados
Do fumo dos candeeiros.
Dois cadernos, um tinteiro,
A atiradeira da caça,
Mais uma bola de trapos,
Um pião, uma baraça.
Seis azeitonas curtidas,
Uma sardinha salgada,
Um pedaço de pão duro,
É o lanche - sem mais nada!
Em direcção à casita,
Findas as aulas do dia,
Voa fogoso, ladino,
Em tremenda correria.
No curral está o rebanho
Que ele irá apascentar,
As lições são adiadas
Pr'à noite quando voltar.
Depois das lições estudadas,
Deita-se na sua cama,
Sonhando com coisas lindas
Desperta com os pés na lama.
Menino da minha aldeia,
Menino da Beira Serra,
Tu tens gravada nos olhos
A alma da minha terra!
Os pés descalços, quase nu,
A camisa a desfiar-se
E as calças rotas no cú.
Leva dentro da sacola
Uma lousa, dois ponteiros
E três livros já marcados
Do fumo dos candeeiros.
Dois cadernos, um tinteiro,
A atiradeira da caça,
Mais uma bola de trapos,
Um pião, uma baraça.
Seis azeitonas curtidas,
Uma sardinha salgada,
Um pedaço de pão duro,
É o lanche - sem mais nada!
Em direcção à casita,
Findas as aulas do dia,
Voa fogoso, ladino,
Em tremenda correria.
No curral está o rebanho
Que ele irá apascentar,
As lições são adiadas
Pr'à noite quando voltar.
Depois das lições estudadas,
Deita-se na sua cama,
Sonhando com coisas lindas
Desperta com os pés na lama.
Menino da minha aldeia,
Menino da Beira Serra,
Tu tens gravada nos olhos
A alma da minha terra!
De: Rui Torres de Almeida
Carla Alexandra
1 Comments:
At 17/5/07 20:55,
Anónimo said…
olá carla! é um poema muito lindo, é uma realidade completamente diferente e quase irreal nos dias de hoje.. mas nao pude deixar de pensar no meu pai que tantas vezes me conta as dificuldades que tinha no seu tempo de menino já lá vão 65 anos..
bj cidalia
p.s. eu sei que já lá vai algum tempo mas resolvi passar por aqui, afinal este é o nosso legado, ou nao?
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